terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O PERFIL DO PROFESSOR MEDIADOR

Marcos Meier e Gislaine Coimbra Budel


Virou moda chamar todos os professores de “mediadores”, mas uma grande parte não é. Mediar não é o mesmo que interagir, não é o mesmo que ensinar. Mediação é muito mais do que isso. De acordo com Reuven Feuerstein, um dos maiores educadores do mundo, a mediação precisa ter algumas características muito especiais. Sem elas, não é mediação, é apenas uma “interação”. Vejamos as três principais:
 
1 – Intencionalidade e reciprocidade
O mediador precisa querer ensinar o conteúdo com tal paixão e decisão que fará tudo o que estiver ao seu alcance para explicar da melhor forma possível. Adaptará a linguagem para que a criança com deficiência realmente compreenda. Usará as tecnologias disponíveis na escola para que o conceito se torne claro. Isso tudo chamaremos de intencionalidade, que é a soma do objetivo com as todas as ações possíveis para que o ensino seja realmente de qualidade. Além da intencionalidade do professor, o aluno precisa desejar aprender. Isso se chama reciprocidade. E o mediador usa estratégias adequadas para encantar o aluno desde o princípio, para chamar sua atenção, para conquistar sua vontade de aprender.
 
2 – Transcendência
Não basta aprender para fazer uma prova. É preciso que se aprenda de tal forma que seja possível aplicar o conceito construído em qualquer outra situação ou contexto. A compreensão do conceito é tal que a criança passa a aplicar o aprendido em sua própria vida e consegue explicar qualquer nova situação em que o conceito esteja presente.
 
3 – Mediação do significado
Um conceito realmente compreendido se interliga a outros conceitos já construídos pela criança. O mediador precisa ajudar a criança a fazer isso, principalmente uma criança com dificuldades de aprendizagem. Mediar o significado é mostrar aos alunos onde se aplica o conteúdo recém-aprendido, de que forma esse conteúdo aumenta a compreensão sobre outros fatos e como o conceito pode ampliar a compreensão de mundo da criança. Tudo isso é mediar o significado de um conceito.
 
Segundo Feuerstein, um mediador sempre considera em suas atitudes essas três características anteriores; no entanto, para que um mediador seja ainda melhor é necessário que inclua outras nove características em sua interação com seus alunos, incluindo as crianças com deficiências. Se as três características estiverem presentes num professor, ele já pode ser considerado um mediador; no entanto, se tal professor apresentar em suas atitudes as outras nove, ele será um mediador ainda melhor.
 
Os professores precisam receber formação continuada para que possam desenvolver melhor sua metodologia. Sabemos que muitos professores já agem de acordo com as características de mediação aqui defendidas, mas para que possam ser ainda mais eficazes é importante que suas ações sejam conscientes e planejadas, e não apenas fruto do acaso ou de experiências – ainda que bem-sucedidas. Precisamos nos profissionalizar cada vez mais. Precisamos agir com nossos alunos sabendo o que queremos e onde pretendemos levá-los com nossa ajuda, e em especial para com os alunos com deficiências. Sem esses pré-requisitos iremos interagir com eles, mas não saberemos se as vitórias ou fracassos dependeram mais de nós ou das próprias crianças.
 
Inspirado na obra Mediação da aprendizagem na educação especial, de Gislaine Coimbra Budel e Marcos Meier (Editora IBPEX, 2012).
 

SAÚDE - DICAS PARA MANTER A VOZ SAUDÁVEL

14 cuidados para manter a voz saudável

Como comer maçã e até bocejar ajudam a preservar a saúde vocal

   
Por Letícia Gonçalves


Passar um dia rouco já é o suficiente para perceber o quanto a voz é importante para o ser humano. Por meio dela, conseguimos comunicar nossos pensamentos e emoções, além de revelarmos muito da nossa personalidade.

Os cuidados com esse meio de expressão é essencial. "Cuidar da
voz é uma questão de condicionamento físico. Ela precisa estar forte para aguentar as variações do dia a dia", aconselha a fonoaudióloga Thays Vaiano.

"O ideal é prestar atenção nos sinais que a voz nos dá. Ficar
rouco com frequência, sentir dor, dificuldade na hora de falar ou viver com a garganta coçando são sinais de que algo vai mal", completa a especialista. Para evitar esses incômodos e garantir uma voz saudável, confira dicas de fonoaudiólogos:
 
Invista na maçã! A fonoaudióloga Thays Vaiano explica que a fruta tem ação adstringente, ou seja, "limpa" a garganta, trazendo alívio e bem-estar.
 
Evite pigarros: "Ao efetuar muitos pigarros com o objetivo de melhorar a secreção presente nas pregas vocais, o efeito é exatamente contrário", adverte a fonoaudióloga Sonia Salama, membro do Comitê Nacional de Fluência da Fala. Por isso, para compensar a necessidade de tossir ou pigarrear forte, tente beber água ou deglutir algumas vezes.
 
Boceje! O lema é relaxar. Aproveite ao acordar para bocejar e espreguiçar, ações que podem diminuir a tensão da região do pescoço e dos ombros. "Transforme também a hora do banho em um momento de relaxamento. Faça alguns exercícios movimentando os ombros e o pescoço na água morna", aconselha a fonoaudióloga Solange Dorfman.
 
Evite o cigarro. Ele é um dos maiores vilões da voz - e da laringe! "Causa irritação e pode provocar laringite. Com o tempo, a voz engrossa e perde a potência", explica Sonia Salama, fonoaudióloga. A nicotina, associada ao calor da fumaça, resseca as cordas vocais fazendo com que você fique rouco ou force ainda mais a musculatura para falar. E as consequências não ficam por aí: estudos comprovam que a incidência de câncer de laringe é maior em fumantes.
 
Beba álcool com moderação. Ele também irrita as vias respiratórias e altera a qualidade vocal. Alguns cantores costumam dizer que a bebida ajuda a "aquecer" a voz. Mas não caia nesse mito! "O excesso de álcool pode até gerar um efeito agradável de relaxamento, mas também tem o efeito de anestésico", explica a fonoaudióloga Sonia. Com as pregas vocais "amortecidas", não conseguimos controlar o esforço que utilizamos ao falar e podemos exagerar, causando um grande desgaste.
 
Não tome muito café. Essa bebida energética também é censurada quando o assunto é saúde vocal. Os responsáveis são o teor de cafeína e a temperatura elevada do café. "Eles desidratam as cordas vocais, assim como o cigarro, e provocam um aumento da acidez no estômago, causando refluxo e ardor na hora de falar", alerta a fonoaudióloga Thays Vaiano.
 
Articule bem as palavras. A leitura labial e a boa dicção são importantes na comunicação. Articular bem a boca ao conversar facilita que os outros entendam o que você quer dizer e evita que você tenha que falar mais alto ou gritar para conversar.
 
Não grite, não sussurre. Fale normalmente. Usar a voz em tom mais alto ou mais baixo que o habitual necessita um esforço maior, que pode provocar a formação de nódulos. "O calo acontece quando a pessoa força demais a musculatura e produz um choque entre as cordas vocais, devido a essa tensão exagerada. Como consequência, a voz fica com um agudo muito irritante e as pessoas perdem até mesmo o fôlego para falar", explica José Antônio Pinto, otorrinolaringologista do Hospital e Maternidade São Camilo.
 
Preste atenção na sua respiração. Respirar pelo nariz é sempre mais saudável. Problemas respiratórios - a maioria de fundo alérgico - nos levam a respirar pela boca. Com isso, a garganta fica mais ressecada e fazemos um esforço maior para falar e respirar.
 
Tome bastante líquido em temperatura ambiente. A hidratação é a chave para cuidar das pregas vocais. O ideal é ingerir uma média de dois litros de água por dia, ou um copo de água a cada duas horas. "Dessa forma, toda a área das pregas vocais fica mais lubrificada", afirma a fonoaudióloga Sonia Salama. Se sua garganta for sensível ou já estiver irritada, também é interessante evitar líquidos muito gelados.
 
Tire do cardápio alimentos que causam azia e má-digestão. O motivo é o refluxo gástrico, que é ácido e pode irritar a garganta. A fonoaudióloga Solange Dorfman também recomenda manter sempre uma alimentação equilibrada, sem ficar muitas horas em jejum, e mastigar bem os alimentos.
 
Procure não gritar, falar muito alto ou cantar durante muito tempo. Alterne períodos de descanso vocal com atividades nas quais você tem que falar muito. "Usar a voz seguidamente durante muito tempo pode levar a uma fadiga muscular", justifica a fonoaudióloga Solange. Aos profissionais que precisam fazer uso diário e constante da voz - como professores, cantores, atores e jornalistas -, fica a dica da fonoaudióloga Thays Vaiano: "Tente não concentrar a força no pescoço, pois é esta força cervical que compromete o aparelho fonador".
 
Evite ficar muito tempo em ambientes com ar condicionado. Ele compromete a respiração e resseca o aparelho fonador. É preciso fazer um esforço muito maior com as cordas vocais para produzir o mesmo som que seria emitido sem tanta dificuldade em um ambiente livre de ar condicionado.
 
Nada de muitos condimentos na comida. Pimenta e outros temperos podem deixar a comida mais saborosa, mas o exagero pode provocar irritações nas cordas vocais. Dependendo da sensibilidade, nem mesmo um bom gole de água pode aliviar a complicação.
 
 

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Mais qualificação para todos...

MEC anuncia bolsa para professor de cursos de formação do PNAIC

Bolsa mensal para os 360 mil professores alfabetizadores será de R$ 200


O Ministério da Educação anunciou na quinta-feira, 7, o valor das bolsas dos professores participantes dos cursos de formação continuada do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). A bolsa mensal para os 360 mil professores alfabetizadores será de R$ 200. Os 18 mil professores orientadores de estudo receberão R$ 765. O mesmo valor será pago aos coordenadores das ações do pacto nos estados, Distrito Federal e municípios.

Segundo o MEC, as universidades federais vão ajudar na formulação de material para os cursos de formação continuada. Nesse caso, os formadores das instituições de educação superior receberão R$ 1,1 mil. O supervisor em cada instituição, R$ 1,2 mil. O orçamento também prevê o pagamento mensal de R$ 1,4 mil para o coordenador-adjunto da instituição e de R$ 2 mil para o coordenador-geral.

O PNAIC é uma ação do Ministério da Educação direcionada a todos os municípios. A proposta do MEC universalizará a política de alfabetização já implantada em 2012 pelo Governo do Piauí em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), através do Programa Palavra de Criança que atende hoje em cerca de 130 municípios no nosso Estado.

100% dos municípios piauienses fizeram a adesão ao Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa que reafirma e amplia o compromisso estabelecido pelo Decreto nº 6.094/2007 de alfabetizar as crianças de escolas públicas rurais e urbanas até, no máximo, os oitos anos de idade ao final do 3º ano do ensino fundamental, aferindo os resultados por exame periódico específico.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013


METADE DOS PROFESSORES
NÃO LEEM EM TEMPO LIVRE

Dado preocupa porque docente deveria transferir gosto pela leitura aos alunos
Agência Brasil
Menos da metade dos professores das escolas públicas brasileiras tem o hábito de ler no tempo livre. Dado evidencia falta de acesso a livros e gosto por leitura, que deveria existir para ser transferido aos alunos.
A pesquisa foi feita pelo QEdu: Aprendizado em Foco, uma parceria entre a Meritt e a Fundação Lemann, organização sem fins lucrativos voltada para educação. Baseado nas respostas dadas aos questionários socioeconômicos da Prova Brasil 2011, aplicados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e divulgados em agosto do ano passado, o levantamento mostra que dos 225.348 professores que responderam à questão, 101.933 (45%) leem sempre ou quase sempre, 46.748 (21%) o fazem eventualmente e 76.667 (34%), nunca ou quase nunca.
A questão pode estar ligada a falta de infraestrutura. "O número de professores que não leem é chocante, mas isso pode estar ligado ao acesso. É preciso lembrar que faltam bibliotecas e que um livro é caro. Um professor de educação básica ganha em média 40% menos que um profissional de ensino superior. Acho que faltam políticas de incentivo. Não acredito que seja apenas desinteresse", diz a diretora executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz.
Um levantamento divulgado em janeiro pelo movimento mostra que o Brasil precisa construir 128 mil bibliotecas escolares em sete anos para cumprir uma lei federal que vigora desde 2010. Segundo a pesquisa, faltam 128 mil bibliotecas no país. Para sanar esse déficit até 2020, deveriam ser erguidos 39 espaços por dia, em unidades de ensino públicas e particulares. Atualmente, a deficiência é maior nas escolas públicas (113.269), o que obrigaria a construção de 34 unidades por dia até 2020.
Para Priscila, uma possível solução seriam os livros digitais. O Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional (ProInfo Integrado) do Ministério da Educação distribui equipamentos tecnológicos nas escolas e oferece conteúdos e recursos multimídia.
Além disso, o governo facilita o acesso aos conteúdos por meio da distribuição de tablets, tanto para professores quanto para estudantes. No ano passado, o MEC transferiu R$ 117 milhões para 24 estados e o Distrito Federal para a compra de 382.317 tablets, destinados inicialmente a professores do ensino médio.
Sobre o acesso digital, os dados do levantamento do QEdu mostram que 68% dos professores (148.910) que responderam à pergunta usam computador em sala de aula. O estado com a maior porcentagem é Mato Grosso do Sul: 95% dos professores disseram que usam o equipamento. O Maranhão é o estado com a menor porcentagem (50,5%) de professores fazem o uso do computador. É lá também onde se constatou a maior porcentagem de escolas onde não há computadores: 38,3%. Estão no Sudeste, no entanto, as maiores porcentagens dos professores que acreditam não ser necessário o uso de computador nas salas: Minas Gerais (16%), Rio de Janeiro (15,4%) e São Paulo (15%).
O responsável pelo estudo, o coordenador de Projetos da Fundação Lemann, Ernesto Martins, diz que o país ainda tem problemas estruturais que dificultam o acesso a tecnologias. "Existem muitos desafios no país ligados a problemas de infraestrutura. Não apenas de acesso às máquinas, mas de acesso à internet, à qualidade dos sinais", disse.
Ao recepcionar o professor norte-americano, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ressaltou a importância dos meios digitais: “O conteúdo ao qual o filho dos mais ricos tem acesso pode ser dado aos menos servidos de educação. Queremos tornar a educação não algo escasso, mas um direito humano que todas as pessoas possam ter”, disse.
 

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