terça-feira, 20 de novembro de 2012

FIQUE SABENDO


Delimitar os alunos por sala contribui para aprendizagem
Em turmas menores, os professores têm melhores condições de realizar as diretrizes nacionais.



A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado aprovou o projeto de lei que limita o número de alunos em sala de aula. Segundo a proposta, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/1996), as turmas de pré-escola e dos primeiros dois anos do ensino fundamental não poderão exceder a 25 alunos. Já as classes das demais séries do ensino fundamental e as do ensino médio, determina o projeto, devem ter, no máximo, 35 alunos.
 
Para a supervisora de programas do Instituto Qualidade no Ensino (IQE), Maria Helena Braga, o número de 25 alunos por sala de aula é adequado para classes de crianças de quatro a oito anos, aproximadamente.
 
"As turmas de crianças bem pequenas, bebês e até aos três anos, exigem uma assistência maior, quase que exclusiva em determinados momentos", explica. Já para os demais anos do Ensino Fundamental, as classes, até quinto ano, poderiam receber o máximo de 30 crianças, defende a especialista, a fim de que os professores tenham condições de realizar o que é proposto pelas diretrizes nacionais da educação: conhecer as estratégias e o ritmo de aprendizagem de cada aluno e propor atividades que atendam as diferenças individuais.
Maria Helena avalia que a delimitação de alunos por sala de aula pode contribuir com a melhoria do processo ensino aprendizagem. "Não é possível ignorar o fato de que quanto maior o número de crianças por classe, maior o desgaste dos professores para atendê-las adequadamente", observa. Mas, a supervisora de programas, pondera que esse não é o único fator responsável pela baixa qualidade do ensino.
 
"Há professores que, mesmo com um grande número de alunos, conseguem atingir excelentes níveis de aprendizagem, porque conseguem enxergar a turma não como um bloco, mas constituído por pessoas que necessitam de intervenções diferentes. Por isso, creio que esses poderiam fazer coisas ainda melhores, se as condições desgastantes fossem amenizadas", destacou. Ela relata, entretanto, que é fato a existência de aulas de baixa qualidade, mesmo em classes com um número pequeno de alunos. "Se o professor não dirige seu olhar para as diferenças e não considera que essas requerem estratégias de ensino diferentes, não conseguirá um bom desempenho nem com poucos alunos", completou.
 
Maria Helena aponta também que a melhoria da qualidade requer ações em diversos aspectos: salário adequado à sobrevivência autônoma; conquista do interesse pela função docente para ampliar possibilidade de seleção dos educadores; garantia de tempo para formação em serviço e formação continuada. "Além disso, é preciso ter a qualidade dos cursos de licenciatura; plano de carreira por mérito; reconhecimento social da importância da educação escolar; gestão verdadeiramente democrática da tomada de decisões coletivas; apoio técnico, administrativo e pedagógico das secretarias de educação. Portanto, a quantidade de alunos é apenas uma delas", finalizou.
 

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